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domingo, 9 de outubro de 2016


Em busca de você, de mim.


Pela noite a te buscar enfim
O cheiro de seu cabelo me mostra o caminho
Sigo a névoa que me absorve e sorve a maciez de seu corpo.
Indefeso e lento, tento correr e não te escuto
Borboletas sobrevoam pela relva anunciado que é Primavera
Pássaros voam felizes, livres.
Amanhece.
Olho e vejo mar azul, transparente, parecem águas do Caribe.
Volto, mergulho, acaricio meus cabelos, olho pro céu.
O sol bate em meu rosto, pálido, sem vida buscando algo que me traga de volta.
Vou caminhando pela areia, a onda quebra, e vou eu sem pensar em nada, ouvido sons,
crianças correndo, já esquentou, é Primavera!
Olho pro outro lado, vejo o muro do Country Clube.
Mais à frente, o Jardim de Alah.
Vou até o posto 12, tomo um banhão de chuveiro e volto pela calçada.
Uma canga, havaiana nos pés, paro num argentino que vendia brincos hippies na areia. Comprei um e já coloquei. Ele era lindo e muito simpático. Conversamos e segui.
Andei até o Arpoador. Comi um sanduba delicioso, um suco de laranja com mamão, fui pras pedras.
Sentei e fiquei vendo o movimento. Adormeci na pedra. 
Lugar mágico.
Uma música me trouxe de volta. Sentei, me dava vontade de voar!


quarta-feira, 14 de setembro de 2016


A curva de seu sorriso

Olho dentro dos seus olhos, mas eles fogem. Faz um jeito de menino querendo mais um brigadeiro, mas sabe que alguém irá olhar, prefere não pegar.  Faz aquele sorriso tímido, que encanta. Como é bom olhar pra você... Conversar com você... Sorrir e rir com você.
É difícil se comportar, mas é preciso.
Você, pra mim , é um enigma. Não sei se vou atrapalhar, se posso falar, pego o celular, ameaço ligar, mas deixo quieto.
Sinto saudades! De rir das bobagens que falo. E do que me fala de volta.
Me sinto uma menina e tímida. Não sei onde coloco minhas mãos nem meu sorriso.
Os meses passam, musicas tocam, o inverno vem, crianças brincam nas calçadas e você, menino, passeia no meu coração com seus patins iluminados.
Me faz bem pensar em você, muito! E passear na curva de seu sorriso.


sábado, 7 de março de 2015

Nem Bem Vida

Nasci assim
Sem nome
Sem roupa
Uma mancha na testa
Embrulhada num saco de roupa velha
Me deixaram ali
Numa porta de Igreja
Ali ficava num cantinho observando as pessoas.
Umas saíam felizes, outras chorando
Outras cabisbaixas, tristes...
Na minha meninice descobrindo o ser humano, ficava.
A única coisa que mudava era o tempo.
As pessoas, sempre entravam e saíam com quase as mesmas perspectivas de uma mudança, uma melhora, um milagre.
Milagre de vida
Milagre de sol
De tantas vidas vividas
Eu, que ali estava com tão pouca vida
Resolvi voltar; para onde, não sei
Mas de uma coisa, eu, esperta ainda um bebê, sabia:
Voltaria para uma barriga que me quisesse.
De onde ou para onde iria, busquei.

sexta-feira, 6 de março de 2015






Chico Buarque fez no dia dia 19 de Junho de 2014, 70 anos. Fiquei imaginando à época, o que escrever. Oras, que ironia a minha tentar escrever algo sobre o maior #compositor #Escritor, #Dramaturgo, vivo! Pensei qual musica escolher, qual frase destacar e viajei entre as mais lindas do mundo! Fala de AMOR, fala de dor, de despedida, reencontro, partidas. Brinca com as palavras, com a ironia, com a saudade.
Enfrentou censura, ditadura, conseguiu ser Julinho da Adelaide para escrever, tinha cédula de identidade e deu até entrevista. Ele existia! Esse era o Chico que podia falar, compor... Mas para quê lembrar disso se temos uma das maiores obras de um Francisco... Podemos sorver do Chico, a beleza da composição das letras de suas músicas só, e com os maiores nomes.

E o que dizer de Chico Buarque de Hollanda? Eu tenho certeza que nada. Sua obra fala por ele.

A sorte é poder ouvi-lo, lê-lo, ver suas peças, ver filmes que assina a trilha sonora, e peças também. Onde Chico assina, tem um peso fascinante, intrínseco na linguagem universal dos corpos, das almas e dos corações.

Todas as mulheres amam Chico. Veem em suas músicas, um pedaço de suas vidas, ou até suas vidas inteiras. Bonito, chic, simples como todo chic é. Ama com a boca, sonha com os olhos, beija com as mãos e compõe com a alma.

Obrigada, Chico, por essa obra que não para de crescer! Que nos encanta e  embala, que nos faz mergulhar em lamentos, em saudades, em alegrias, em desamores, despedidas, torturas de um amor mal acabado, felicidades, carnaval, Samba, encontros, beijo, paixões, Brasil, mas não perdemos a noção da hora, te digo agora como hei de partir.


            Parabéns, Chico!

Mulheres Traem Também!

Novela das 21hs, mulher trai marido. Diálogo: "Vai embora, sua vagabunda! Você não vale nada, vadia! Faça suas malas e vai embora!"

98% das mulheres são traídas por seus maridos.

Diálogo: Mulher: "O que você tem, meu amor? Você está muito estranho, diferente, longe...O que está havendo? É outra mulher? Conversa comigo..."

Muitos contam, outros juram até morrer. Algumas colocam o marido pra fora de casa, mas a imensa maioria perdoa e segue.

Está na hora de acabarmos com esse mundo machista. NINGUÉM tem que trair ninguém. Todos precisam ser honestos. Acabou, pega o boné e vai embora. Esse papo de mulher ser vadia e o homem garanhão, passou de moda, é cafona, brega, galinha, bundão, covarde, babaca,  falta de vergonha na cara.

Mas se enganam àqueles que acham que mulheres não traem. Lamento, mas traem. Traem por se sentirem mal amadas, inseguras, não aceitas, não elogiadas, sem clima de tesão, de sedução. E, diferentemente dos homens, sofrem, porque se apaixonam, mas , muitas, não deixam de amar seus maridos.

Que roubada!

#prontofalei.

Roda do tempo


Você que conheci um dia, que virou minha vida do avesso de sentimentos impuros, que me fez vibrar e delirar e segurar nas paredes e suar e gemer e dizer baixinho o seu nome...
Você que chegava nas festas, iluminado, lindo, simples, humilde, apaixonante.... E me olhava, me beijava na boca e me amava ali, no chão, na relva, só nós dois... Ninguém via... gemíamos baixinho e reaparecíamos na festa como se nada tivesse acontecido.
Um de cada lado.
Era a loucura do cheiro, do perfume, dos cabelos, dos lábios, tudo em você me tirava do sério. Eu vivi de um lado, você do outro, mas há uma coisa em mim, há uma coisa em você que desperta o prazer de fechar os olhos e pensar: faria tudo outra vez se preciso fosse. Intrépido, errante, sem nunca ser amante, 
mas tatuou seu cheiro no tempo... em mim

Cacos de Amor
Eu saio de casa.
Eu vejo pessoas queridas.
Eu rio. Sorrio.Dou gargalhadas.

Recebo em casa. Me cuido.Canto.
Tenho minha vida.
Só sinto saudades de pessoas que não podem ser substituídas.
Nenhum caminho que tomei esqueci dos meus amigos. Nenhum que eu tome, eu deixarei de pensar neles.
Não deixarei de ter vontade de encontrar com eles.  Eu não vejo a vida dividida em pedaços que não se unem.... Podem ser cacos, mas se encaixarão porque há amor em mim por todos.
E onde há amor, não há caminhos que me separem.

A Eterna Procura
Se procurando a fé, eu me visto, não a encontrando como necessito, eu me dispo. Me dispo da ideia vulnerável e latente de encontrar narrativas surpreendentes de minhas solidões. E delas fazer encontros. Mas sigo buscando, não como eu deveria, pois ainda há o que se mostrar, mas tento. A eterna procura de nunca ter-se achado, vai de um simples lampião de querosene que ilumina uma viela inteira, à luz do sol quando nasce a esperança viva e certa.


Falta abraço, o calor dele, a vibração que só ele dá. O abraço fraterno, amoroso, que devolve uma ponta de esperança nessa eterna procura. Com a falta dele, há um buraco imenso e inesgotável e insaciável da pergunta por que não há abraços? Como, quando e onde eles sumiram? Partiram sem avisar? Pegaram um atalho? Então chegarão antes de mim e me encontrarão antes deu encontrá-los. Braços grandes, mãos grandes, braços pequenos, mãos pequenas. Nada disso importa. O calor que estiver contido neles, é o que devolve à vida.

Amor eterno, amor de irmão, amor de vida. Me devolve à vida. 

 

quinta-feira, 5 de março de 2015


O Primeiro AMOR

 

Foi com Salvatore Adamo, cantando F Comme Femme, em 68, que comecei a amar meu primeiro namorado, minha primeira paixão.
Eu tinha 11 anos, ele 14.
Ele quem me ensinou a beijar na boca, de língua.
No Carnaval, nós no jirau, afastados da pulação toda, namorando.
Que sensação maravilhosa!
Depois nos encontrávamos nas festas porque, como eram 5 irmãs e ele e seu irmão eram os primos delas, estávamos sempre juntos nas festas dadas pelas amigas.
Era uma paixão que dava até choque, raios e trovoadas.
Ouvíamos By the time I get to Phoenix - If I Fell dos Beatlhes, tudo era mágico.
Minhas amigas que nunca me esqueci.
Onde passei os dias, tarde e noites mais felizes de minha vida.
Ilka, uma das irmãs, fazia festa Junina com roupas a caráter, tudo lindamente perfeito!
Campeonato de ping-pong onde ele e essa sua prima  éramos sempre campeões.
Podíamos, eu e elas, ficar sem fazer nada porque não fazer nada juntas era maravilhoso!
Jogávamos Buraco,
Pulávamos corda
Pique-Bandeira
Pique esconde
Pera uva maça abacaxi ( salada mista)
Subíamos morro, viajávamos pro Vale das Videiras, era tudo lindo!
Éramos puras, mesmo eu já tendo aprendido a beijar na boca.
Todos os dias, fizesse sol ou chuva, íamos nós para o clube. Piscina!
Eu, Carminha e Myrian.  Livia era mais nova, nem sempre podia ir. Fora a briga entre elas. hahahaha
As outras eram mais velhas, éramos as pirralhas.
Os primos iam!
Era mágico!
Beijar debaixo d'água
Abraçar com corpo molhado, ardendo de paixão
Caldos, plantar bananeira...
Posso dizer hoje, que no meu tempo era tudo no seu tempo, mas acontecia tudo ao mesmo tempo.
Um dia esse meu ex-namorado, já casado e eu também, me disse que havia comentado com a mulher que quando ouvia  F comme femme, se lembrava de mim.
Eu também.Até hoje me lembro dele, do nossos beijos, da minha paixão que ficará guardada num lugar especial.
Nunca mais me esqueci de sua boca, do gosto, do toque de seus lábios.Que coisa incrível!Tive na minha infância e minha adolescência momentos inesquecíveis!Fora que os avós deles, eram como se fossem meus! E a vovó era minha fã incondicional! Minha doce Vovó Conceição e Vovô Próspero, vocês foram minha família.

Hoje ele não fala comigo... Me sinto triste por ter sido uma pessoa importante por toda a vida, mas quem sabe um dia ele entenda...


                              F... Comme Femme



O voar da liberdade

Se sentir voar nas plataformas do universo sem fim.
Sair e viajar no cosmo da indiferença sucinta e plebeia das infiltrações cruzadas das essências sem dor.
E divagar em instantes nos cruzeiros, estrelas cadentes e te abraçar nesse instante sem dor.
Acabamos de subir nas armadilhas do amor que se perdeu, mas que podemos buscar outro e mais outro, quantos quisermos, mas sendo sempre fortes e diluindo no mar as ideias inúteis e pueris que nos corrompe e nos faz perder tempo demais.
É tempo demais irmos até o espaço sideral de nossos corpos suados de amantes. É tempo de mais , suados e rasgados, sentirmos as borboletas de nossas emoções voando nas árvores floridas e cheias de mel de nosso amor.
Folhas caindo cobrem o chão de terra fazendo trilhas de transportes e de voos..
Vou sair! Vou subir! Vou cair! Olho pro céu seguro, escuro, estrelado como o céu daquela pedreira onde fui um dia ver a noite escura cheia de estrelas cadentes e corri até chegar do outro lado dos jardins do éden. Jardins de folhas e frutos, de mel, flores e babel. Babel , mutante, babilônia.

Eis o chá que vos sirvo. A semente da névoa que cai e desanda como areia movediça, mas que flutua, que move, que mexe, remexe, arrepia, ama e fenece.