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sábado, 7 de março de 2015

Nem Bem Vida

Nasci assim
Sem nome
Sem roupa
Uma mancha na testa
Embrulhada num saco de roupa velha
Me deixaram ali
Numa porta de Igreja
Ali ficava num cantinho observando as pessoas.
Umas saíam felizes, outras chorando
Outras cabisbaixas, tristes...
Na minha meninice descobrindo o ser humano, ficava.
A única coisa que mudava era o tempo.
As pessoas, sempre entravam e saíam com quase as mesmas perspectivas de uma mudança, uma melhora, um milagre.
Milagre de vida
Milagre de sol
De tantas vidas vividas
Eu, que ali estava com tão pouca vida
Resolvi voltar; para onde, não sei
Mas de uma coisa, eu, esperta ainda um bebê, sabia:
Voltaria para uma barriga que me quisesse.
De onde ou para onde iria, busquei.